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Atualmente, talvez o principal livro de Economia Comportamental seja o “Rápido e Devagar” [1] . de Daniel Kahneman. Um livro didático e ilustrativo sobre as teorias que o autor usou e desenvolveu junto com seu principal coautor, Amos Tversky. Em geral, o autor descreve um embate com a Teoria da Escolha Racional (RCT) usada na economia e frequentemente usa tal teoria como um critério de comparação para as suas próprias teorias [2]  Para ilustrar esse confronto, muitas vezes é pontuado as noções de teorias normativas e teorias descritivas. As teorias normativas, como a da Escolha Racional e Teoria dos Jogos, tentam mostrar qual seria a decisão ótima em uma determinada situação. As teorias descritivas, como as Heurísticas e a Teoria dos Prospectos, tentam mostram o que realmente acontece, isto é, como as pessoas de fato tomam suas decisões.

O livro descreve o uso de heurísticas pelo ser humano, critica a teoria da escolha racional, explica a Teoria dos Prospectos, e ilustra os dois sistemas de decisão. No meio desse tanto de informações, há uma frase peculiar e misteriosa que pode chamar atenção de alguns leitores: “um proeminente psicólogo alemão tem sido nosso crítico mais persistente”. Depois há uma enorme lista de referências a artigos [C] Que faz Gigerenzer parecer quase obsessivo. em que essas críticas foram elaboradas. Pouco se diz sobre essas críticas e seu autor, o psicólogo alemão Gerd Gigerenzer.

Esse texto vai fazer uma pequena viagem sobre as teorias de Gerg Gigerenzer e suas críticas a respeito da pesquisa de K&T.

1 Quem é o “Proeminente Psicólogo Alemão”?

Gigerenzer é um psicólogo [3]  . que usa de várias referências e perspectivas. Para a finalidade desse texto, citarei duas referências fundamentais em seu trabalho. A primeira é a Psicologia Evolutiva. Para quem não conhece, uma explicação simples é que Psicologia Evolutiva tenta incorporar a ideia de que a mente também está suscetível aos processos da evolução. Logo, a mente também é alvo de adaptações devido à seleção natural e sexual. A segunda referência é ninguém menos que um dos criadores da Economia Comportamental, Hebert Simon. Hebert Simon foi quem cunhou o termo e iniciou as pesquisas sobre racionalidade limitada. Ele também criou uma linha de pesquisa conhecida como Resolução de Problemas por Humanos (Em uma tradução livre de human problem solving (Simon e Newell 1971)) que procura por métodos consistentes para se encontrar soluções de problemas [4].

Esses referenciais são fundamentais para entender o programa de pesquisa do grupo de Gigerenzer. De maneira geral, Gigerenzer e seu grupo de pesquisa procuram entender os processos de decisão em sua relação com o ambiente. A mente teria papéis específicos que deveriam ser entendidos pela sua relação com o contexto e suas necessidades. Para descrever esse tipo de mente ele usa o termo de Racionalidade Ecológica. Seguindo essa visão de relacionar ambiente e escolhas, ele procura descrever os processos decisórios passo a passo [5], diferente das heurísticas propostas por K&T. Em Gigerenzer, um processo de escolha deveria ter vários momentos e, em geral, pode-se dizer que teríamos regras para procurar, regras para parar de procurar e, por fim, regras de escolha, etapa por etapa, e que são diferentes dependendo do problema, contexto e ambiente.

Segundo Gigerenzer, ao analisarmos como as escolhas humanas se relacionam com o ambiente e o contexto, os seres humanos são ótimos em tomadas de decisões. Nesse sentido, uma leitura mais direta e superficial das críticas de Gigerenzer para por aí. Várias vezes, ilustra-se o ser humano da teoria de K&T como um Homer Simpson, um ser que frequentemente faz escolhas questionáveis e aquém do que poderia ser a melhor escolha… visivelmente diferente da visão de Gigerenzer. Assim, Gigerenzer = Ser humano (ecologicamente) racional, K&T = Ser humano muitas vezes “irracional”.

Contundo, as críticas de Gigerenzer são mais complexas do que faz parecer essa simplificação entre racional versus irracional.

Notas:

[1] Se você não leu, deveria ler.

[2] Guarde isso daqui porque é importante.

[3] Gigerenzer tem formação na faculdade de Munique e atualmente é um dos diretores do Max Planck Institute.

[4] Para mais informações sobre o Gigerenzer, veja sua página na Wikipédia: https://en.wikipedia.org/wiki/Gerd_Gigerenzer

[5] Similar a metodologia desenvolvida por Hebert Simon em Human problem solving.

2 Entendendo as Críticas: Racionalidade versus Irracionalidade? Que Racionalidade?

O embate entre Gigerenzer e K&T se iniciou em uma série de publicações no início dos anos 90 e, de certa maneira, se estendem até a atualidade. Os artigos de 1991 e 1996 ilustram um embate direto entre os dois lados e o artigo de 2010 mostra como a discussão se estende até hoje.

Em geral e tentando facilitar o entendimento de tais críticas, irei dividir as preocupações de Gigerenzer com a teoria K&T em três níveis [6]. (Vranas (1999)): normativo, empírico e metodológico. A crítica normativa[6]  descreve que seria impróprio identificar alguns dos vieses descritos por K&T como “erros” ou “irracionalidades”. No nível empírico, Gigerenzer argumenta que algumas das tendências descritas por K&T desaparecem ou são reduzidas consideravelmente dependendo do contexto. Por fim, no nível metodológico, as heurísticas descritas por K&T são formuladas vagamente e dificilmente poderiam ser testadas.

Notas:

[6] Todas são intrinsecamente ligadas e difíceis de entender em separado, então vá com calma.

[7] Que ao meu ver é a mais complexa e mais importante.

2.1 A Crítica Normativa: Estatística e a Racionalidade Real tem Curvas.

Existem dois aspectos diferentes na crítica normativa. O primeiro é sobre conceitos estatísticos em si e é secundário para esse texto [8]  . De maneira geral, Gigerenzer argumenta que existem casos em que as normas estatísticas não podem ser aplicadas ou possuem mais de uma interpretação. Por exemplo, usando um ponto de vista frequentista (ou seja, a probabilidade de um evento é igual à frequência relativa da ocorrência do evento em uma sequência infinita de seleções aleatórias do universo relevante), ele argumenta que não existe uma norma apropriada para se julgar um caso isolado, porque a probabilidade de um caso isolado não teria sentido. Então perguntar “qual a probabilidade de que Linda seja uma bancária”, como K&T faz em alguns de seus experimentos, não faria sentido. Nessa perspectiva, alguns “desvios” podem não ser vistos como erros porque não existe uma resposta correta. Essa crítica é bem discutida na literatura[9].

O segundo aspecto é menos discutido e mais complicado. No começo do texto eu citei que K&T usam a Teoria da Escolha Racional (RCT) como critério de comparação . Assim, K&T só podem falar que uma escolha é “irracional” porque ela é diferente da escolha que seria “racional” apontada pela RCT.

De acordo com Gigerenzer, teorias como a RCT tendem a simplificar o ambiente e o comportamento, ignorando aspectos importantes. Por exemplo, algumas dessas teorias reduzem a incerteza para risco, ou confundem o resultado do comportamento como o próprio processo de escolha. Nesse sentido, os desvios em relação à RCT que ocorrem nas escolhas do dia a dia não deveriam ser considerados erros ou irracionalidades. Pelo contrário, é a RCT aplicada à vida real que leva a resultados insatisfatórios e não seria uma “sugestão normativa” do comportamento.

Gigerenzer (2004) cita o seguinte exemplo: ao procurar entender como um jogador de beisebol tentaria pegar uma bola voando, uma abordagem usando a RCT poderia descrever o comportamento como se (as-if) o jogador tivesse calculado um conjunto de equações diferenciais para prever onde a bola iria cair e, então, a pegar [10]. Uma outra possibilidade de descrição baseada em heurísticas sugere que o jogador iria fixar um ângulo entre o olhar e a bola e começaria a correr ajustando sua velocidade para que tal ângulo permanecesse constante (Heurística de Olhar Fixo (Gaze)). Note que nesse tipo de descrição o jogador presta atenção em apenas uma característica, o ângulo entre o olhar e a bola, e não tenta adquirir informações sobre o vento, rotação e outros fatores que seriam necessários para prever onde a bola iria parar. De acordo com Gigerenzer, esta segunda abordagem levaria a melhores resultados e descrições (um jogador agindo como descrito pela RCT teria uma rota em linha reta, já um jogador usando a Heurística do Olhar Fixo teria uma rota em curva. Estas rotas curvas são realmente observadas em jogos de beisebol).

Assim, as escolhas humanas não deveriam ser comparadas com as leis estreitas da RCT, mas examinadas seus resultados em ambientes reais. Heurísticas não precisariam ser coerentes, heurísticas deveriam fazer inferências razoáveis ​​sobre as atividades reais com energia, tempo e conhecimento limitados. Fazer isso seria Ecologicamente Racional e esse deveria ser o critério de comparação.

Ao tentar negar a RCT como critério de comparação como uma teoria normativa, Gigerenzer não só critica parte da metodologia usada por K&T, uma vez que eles a usam assim, ele também tenta negar grande parte das teorias feitas por K&T. K&T por muitas vezes criam suas teorias adaptando a RCT com incorporação de novas suposições que levariam a uma melhor descrição dos comportamentos, como na Teoria dos Prospectos (Katsikopoulos (2014)). Tal adaptação não seria suficiente uma vez que a RCT não conseguiria e nem tentaria descrever comportamentos reais.

Notas:

[8] Uma vez que não vamos discutir o que Gigerenzer chama de Revolução Probabilística.

[9]Para os leitores interessados, sugiro consultar Vranas (1999).

[1o] Este exemplo é citado por Richard Dawkins (1976), em O Gene Egoísta, mas a analogia do jogador de bilhar usada por Friedman e Savage tem aspectos semelhantes.

2.2 A Crítica Empírica: Martelos Para Pregos e Chaves de Fenda para Parafusos

Como descrito acima, Gigerenzer entende que a racionalidade de uma estratégia cognitiva deveria ser determinada por sua adaptação em um ambiente natural. Uma vez que quase todos os trabalhos de K&T são baseados em experiências de laboratório e não em observações do comportamento em ambientes naturais, suas conclusões poderiam ser problemáticas. Os ambientes artificiais de um experimento em laboratório fazem com que as heurísticas usadas pela mente humana pareçam tolas uma vez que o laboratório poderia destruir regularidades do ambiente. Para exemplificar a artificialidade de um experimento de laboratório, Gigerenzer aponta que “uma procura limitada é uma característica central para heurísticas rápidas e econômicas: nem toda a informação disponível é observada, e, consequentemente, apenas uma fração da informação influencia o julgamento. (Em contraste, experiências em laboratório em que a informação já está convenientemente embalada e estabelecida na frente dos participantes, eliminam a necessidade de procura (por informação), e seguindo essa abordagem experimental, muitas teorias sobre processos cognitivos nem sequer lidam com a procura (de informação).)” (traduzido de “Gigerenzer e Goldstein em Gigerenzer e Todd (1999) p. 77).

Neste sentido, Gigerenzer sugere que alguns experimentos utilizados nas obras de K&T não são transparentes e usam interpretações estatísticas incorretas (como discutimos no nível normativo). É possível diminuir a taxa de respostas enviesadas desses experimentos, fazendo as perguntas mais “transparentes” ou mais semelhantes a um ambiente do mundo real.

Por exemplo, um famoso experimento que K&T usam para descrever a Heurística de Representatividade [11]   informa: “Linda é uma mulher de 31 anos, solteira, franca e muito brilhante. Ela se formou em filosofia. Quando estudante, ela era profundamente preocupada com questões de discriminação e justiça social e assim participou em manifestações antinucleares”. Em seguida, K&T listaram 8 possíveis características que poderiam descrever como Linda poderia ser atualmente e pedem aos participantes para listá-las em grau de probabilidade. Entre as opções, duas realmente importam: 1) bancária, 2) bancária e feminista. A opção descrita aqui como 2 é subconjunto da opção 1, portanto menos provável que ocorra. Contudo, no experimento descrito por K&T (1983), 85% das pessoas colocaram 2 como mais provável que 1. Por outro lado, Gigerenzer mostra que é possível reduzir as escolhas enviesadas de 85% para meros 22% (Fiedler (1988) apud Gigerenzer (1991)) expondo a questão de frequência em vez de probabilidade, ou seja, “há 100 pessoas que se encaixam na descrição acima (ou seja, Linda). Quantas delas são: 1) bancária, 2) bancária e feminista?” em vez de “Qual das duas alternativas seria mais provável: a) bancária, b) bancária e feminista?”.

De certa maneira, seria mais natural e comum pensarmos em formato de frequência e poucas vezes realmente pensaríamos em formato de probabilidade. Nossa mente seria muito melhor equipada para responder perguntas no primeiro formato. O martelo (nossa mente) é ótimo para bater (resolver) pregos (frequência) e ruim com parafusos (probabilidade).

Notas:

[11] Descrita nessa página da wikipédia: https://en.wikipedia.org/wiki/Representativeness_heuristic

2.3 A Crítica Metodológica: Processo?

Gigerenzer argumenta que K&T descrevem suas heurísticas com palavras simples e vagas. Palavras como “representatividade” fazem com que quase todos os resultados sejam consistentes com uma ou mais dessas heurísticas, e essas explicações dificilmente poderiam ser testadas [M] Um estratagema imunizante.. Nesse sentido, as Heurísticas descritas por K&T não descrevem etapas bem definidas, e invocam grandes características do processo cognitivo como a memória – availability e anchoring – e a associação – representativeness – como suas principais características. Além disso, as heurísticas desenvolvidas por K&T supostamente ligariam características específicas de objetos pré-determinados às suas consequências comportamentais, nesse sentido, não descrevendo um processo em si. Como uma pessoa identificaria quais objetos são semelhantes [12]? Quais memorias seriam mais ativas? Por quê?

Um processo deveria identificar como, por exemplo, a memória e a similaridade funcionam, não apenas apontá-las como os motivos para justificar comportamentos. Essa ausência de caracterização dos processos é o que permitiria mudanças de comportamentos devido ao ambiente como descrito no exemplo anterior e criariam dificuldades para o verdadeiro entendimento do que está acontecendo.[13]

Notas:

[12] Peculiarmente, Tversky tem uma teoria sobre isso desenvolvida anterior ao trabalho com Kahenman. Por exemplo, Tversky 1977. Tal trabalho é elogiado por Gigerenzer.

[13] Inclusive, um dos principais motivos que leva Kahneman a adotar os dois sistemas de processamento de informação é a necessidade corrigir deformidades observadas que mudanças nos ambientes e nas situações levam a suas heurísticas.

 3 Fim

Espero que tenham gostado e entendido essa viagem às críticas de Gigerenzer sobre os trabalhos de Kahneman e Tversky. Tal discussão é muito mais ampla do que foi resumida aqui e, inclusive, é um dos motivos que vários autores de história do pensamento econômico criam uma divisão dentro da Economia Comportamental (Katsikopoulos (2014) e Sent (2005), por exemplo).

O que você achou das críticas do Gigerenzer? Duras demais? Sem sentido? Certas? Ficou alguma dúvida? Deixe o seu comentário!!

Referências

[1] Texto adaptado de Teixeira, R. e de Souza, D., Behind Behavioral Economic Man: The Methods and Conflicts Between Two Perspectives – LINK: http://cef.fgv.br/sites/cef.fgv.br/files/file/%5BTeixeira%20e%20Souza%5D%20Behind-Behavioral-Economic-Man.pdf

[2] Gigerenzer, G. (1987). The probabilistic revolution in psychology: An overview. In L. Krüger, G. Gigerenzer, & M. S. Morgan (Eds.), The probabilistic revolution: Vol. 2. Ideas in the sciences (pp. 7-9). Cambridge, MA: MIT Press.

[3] Gigerenzer, G. (1991). How to make cognitive illusions disappear: Beyond “heuristics and biases”. In W. Stroebe & M. Hew stone (Eds.), European Review of Social Psychology (Vol. 2, pp. 83-115)

[4] Gigerenzer, G. (1996). On narrow norms and vague heuristics: A reply to Kahneman and Tversky (1996). Psychological Review, 103, 592-596.

[5] Gigerenzer, G., Tood, P. (1999) Fast and Frugal Heuristics: The Adaptive Toolbox. In: Gigerenzer, G., Todd, P. M., & the ABC Research Group (1999). Simple heuristics that make us smart. New York: Oxford University Press.

[6] Gigerenzer, G., Goldstein, D. (1999) Betting on One Good Reason: The Take The Best Heuristic. In: Gigerenzer, G., Todd, P. M., & the ABC Research Group (1999). Simple heuristics that make us smart. New York: Oxford University Press.

[7] Gigerenzer, Gerd and Selten, Reinhard (2001). Rethinking Rationality. In: Gigerenzer, Gerd & Selten, Reinhard (Eds.). Bounded Rationality: The Adaptive Toolbox. Cambridge, MA: MIT Press, pp. 1-12.

[8] Gigerenzer, Gerd (2001). The Adaptive Toolbox. In: G. Gigerenzer and R. Selten (Eds.). Bounded Rationality: The Adaptive Toolbox. Cambridge, MA: MIT Press, pp. 37-50.

[9] Gigerenzer, G. (2004). Fast and frugal heuristics: The tools of bounded rationality. In D. J. Koehler, & N. Harvey (Eds.), Handbook of judgment and decision making. Oxford, UK: Blackwell.

[10] Gigerenzer, G. (2014). Risk savvy: How to make good decisions. New York: Viking.

[11] Katsikopoulos, K. V. (2014). Bounded rationality: The two cultures. Journal of Economic Methodology, 21(4), 361-374.

[12] Kahneman, D., & Tversky, A. (1972). Subjective probability: A judgment of representativeness. Cognitive Psychology, 3 , 430-454.

[13] Kahneman, D., & Tversky, A. (1979). Prospect theory: An analysis of decision under risk. Econometrica, 47 , 263-291.Kahneman, Daniel. Thinking, fast and slow. Macmillan, 2011.

[14] Kao,Y., Velupillai, K.V. (2015) Behavioural economics: Classical and modern The European Journal of the History of Economic Thought Vol. 22, Iss. 2, 2015

[15] Sent, E. M. (2004). Behavioral economics: how psychology made its (limited) way back into economics. History of Political Economy, 36(4), 735-760.

[16] Simon, H. A, Newell, A. (1971) Human Problem Solving: The State of the Theory in 1970 Tversky, A., & Kahneman, D. (1971). Belief in the law of small numbers. Psychological Bulletin, 76 , 105-110.

[17] Tversky, A., & Kahneman, D. (1973). Availability: A heuristic for judging frequency and probability. Cognitive Psychology, 5 , 207-232.

[18] Tversky, A., & Kahneman, D. (1974). Judgment under uncertainty: Heuristics and biases. Science, 185 , 1124-1131.

[19] Tversky, A. (1977). Features of Similarity, Psychological Review, Vol 84(4), Jul 1977, 327-352.

[20] Tversky, A., & Kahneman, D. (1981). The framing of decisions and the psychology of choice. Science, 211, 453-458.

[21] Tversky, A., & Kahneman, D. (1983). Extensional vs. intuitive reasoning: The conjunction fallacy in probability judgment. Psychological Review, 90 , 293-3l5.

[22] Tversky, A., & Kahneman, D. (1986). Rational choice and the framing of decisions. Journal of Business, 59, S251-S278.

[23] Tversky, A., & Kahneman, D. (1992). Advances in prospect theory: Cumulative representation of uncertainty. Journal of Risk and Uncertainty, 5 , 297-323.

[24] Vranas, P.B.M. (1999), Gigerenzer’s normative critique of Kahneman and Tversky. Cognition 76 (2000) 179±193

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